Bastidores da TV (12/11)

Apagão provoca um show de falta de educação, ao vivo, e em rede nacional

Correr atrás da boa informação ou ter a primazia de sair com alguma notícia na frente, faz parte do exercício do bom jornalismo. Não há nada mais estimulante. É o que no fundo move todo profissional da imprensa. Mas é impossível passar batido em relação ao que aconteceu na manhã de ontem, mesmo diante do que já foi intensamente reportado durante o dia pelos sites, envolvendo equipes de reportagens da Globo e Record.

Brigar por audiência é uma coisa. Faltar com a ética é outra, completamente diferente.

Sempre houve no campo um grande respeito entre os profissionais de externas, acima e independentemente dos prefixos de cada uma. Isto revela educação e sabedoria, até porque é bom partir do princípio que as emissoras ficam e os funcionários mudam. Quem hoje está do lado de cá, amanhã poderá perfeitamente trabalhar do lado de lá. É a pura e simples lei do mercado.
Nesta quarta-feira, no entanto, tivemos uma dessas lamentáveis exceções à regra. Dentro do programa “Hoje em Dia”, a repórter da Record em Brasília, Venina Nunes, invadiu o link que a Globo News tinha montado para entrevistar o secretário de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que já estava com fones no ouvido pronto para entrar no ar na emissora concorrente.
Um barraco como há muito não se via.
A repórter teve que ser retirada da frente da câmera da Globo, reclamando que o secretário não queria falar com ela, embora avisada pela assessoria de que tudo estivesse agendado com antecedência.
Foi clara a pretensão de atrapalhar o trabalho da outra jornalista, Camila Bonfim, e criar um fato, devida, absurda e irresponsavelmente estimulado pelos estúdios de São Paulo.
Não se deve misturar as coisas. A concorrência saudável será sempre bem-vinda e incentivada, mas querer criar um fato ou faltar com respeito a um companheiro de profissão, são atitudes que não podem ser aceitas em nenhuma hipótese.